Os trabalhadores da Sumol/Compal de Pombal vão fazer uma greve para exigir o aumento dos salários, a redução do horário de trabalho semanal e mais dias de férias, entre as 23h30 da próxima terça-feira, dia 27 de julho, e as 8h00 da próxima quinta-feira, dia 29 de julho, disse à agência Lusa Mariana Rocha, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco de Portugal.
“Atualmente, a maioria dos 60 a 70 trabalhadores de Pombal recebem o salário mínimo, que consideram ser muito baixo, e apresentaram proposta de negociação à empresa de um aumento de 90 euros para todos”, contou, acrescentando que “há contratos que têm a majoração das férias, ou seja, o trabalhador que não falte ao longo do ano tem mais três dias. O que os trabalhadores pretendem é que isso deixe de ser uma condição e passem a ter 25 dias independentemente de faltarem, ou não, ao serviço durante o ano”.
A carta reivindicativa inclui a exigência de passagem de 40 para 35 horas semanais de trabalho e o aumento do período de férias de 22 para 25 dias, tendo o pré-aviso sido aprovado num plenário realizado no passado dia 15 de junho e estando previsto um período de greve de quatro horas por turno.
“A opção pelas quatro horas foi para não penalizar tanto a bolsa dos trabalhadores, porque o salário é muito baixo. Eles estão disponíveis para fazer alguma coisa, mas temos a plena consciência de que é uma luta que pode ainda demorar algum tempo”, justificou Mariana Rocha em declarações à agência Lusa, acrescentando que, entretanto, a empresa convocou os trabalhadores “para uma reunião no dia 28 ou no dia 30”.
“Aguardamos que a empresa seja célere e nos possa propor uma reunião antes do dia da greve”, afirmou, sublinhando que o pré-aviso só será retirado caso “da reunião saiam resultados que os trabalhadores aceitem”.
Mariana Rocha admitiu que a empresa “está um bocado descontente” devido ao pedido de uma reunião, após o qual o sindicato convocou a greve.
“A empresa pediu a reunião ao sindicato no dia 16 e o pré-aviso foi enviado no dia 20”, contou, considerando que, no entanto, não haveria muito a fazer, porque “a empresa pediu a reunião posteriormente ao plenário”.
A responsável lembrou que “já tinha havido uma reunião de negociações em 17 de junho e a empresa se comprometeu a dar uma resposta até a dia 01 de julho, o que não fez”.
“O plenário realizou-se 15 dias depois, ou seja, esperámos um mês por uma resposta que não apareceu e, nesse sentido, os trabalhadores mandataram o sindicato a fazer o pré-aviso de greve”, acrescentou.