O CDS-PP de Vila Cã foi ontem alertado para a existência de ossadas humanas e pedaços de caixões a céu aberto no futuro espaço de ampliação do cemitério. Elementos do partido deslocaram-se ao local, onde denunciaram e acompanharam o evoluir de uma situação que entendem estar a ser relativizada, por não estarem a ser tomadas as “boas práticas” necessárias, comumente aplicáveis em ocorrências semelhantes.
“Foi com surpresa e indignação que se observaram vários despejos, numa zona que corresponde à área da nova ampliação, mais concretamente no terreno contíguo ao cemitério existente e outrora uma vinha”, refere o CDS-PP numa nota enviada à PombalTV, frisando que “os vestígios estavam à vista de todos os transeuntes e incluíam não só pedaços de madeira, metal e até revestimento interior de caixões, como parte de cadáveres de pessoas falecidas, das quais se destacam dois crânios junto ao muro recentemente construído”.
Considerando o cenário “ofensivo ao devido respeito aos mortos, aos familiares dos falecidos, aos trabalhadores das obras que desenvolvem as suas tarefas nas imediações e a toda à população”, Liliana Silva, Presidente da Assembleia de Freguesia, afirma ter-se deslocado ao local, a partir de onde tentou “contatar telefonicamente a Presidente da Junta de Freguesia de Vila Cã, sem sucesso”, tendo posteriormente “estabelecido o contato com o Tesoureiro da Junta de Freguesia, que relativizou a situação”, o que a motivou a entrar em contato com a GNR de Pombal, que se deslocou ao local pelas 16h00 e recolheu “vários depoimentos”.
O CDS de Vila Cã acredita “que estes vestígios seriam de covas do cemitério antigo e que foram simplesmente ali despejadas” e aguarda agora, em sede própria, a evolução da situação e futuros esclarecimentos sobre a origem e o destino dos ossos humanos.
Considerando que “independentemente da natureza criminal (…),no mínimo, estão em causa boas práticas”, o partido entende que “as dificuldades em encontrar colaboradores com competências para a prestação de serviços de coveiro não desculpam o desprezo demonstrado pelo Executivo da Junta de Freguesia de Vila Cã” e destaca que “no passado, os vestígios de ossos humanos encontrados na reabertura de sepulturas eram devidamente acondicionados e recolocados na cova de onde eram originários”.
Em causa está “o tipo de procedimento atual e a inação perante a denúncia” situação em relação à qual o partido exige que sejam averiguadas responsabilidades.